Tenho o maior orgulho de falar “sou de Miranda”

Segundo o Google, a palavra Miranda significa “que deve ser admirada”, “maravilhosa”, “admirável”.
Confesso que não esperava encontrar esse significado quando senti que precisava escrever para a edição de Aniversário da Cidade, mas não deixo de concordar. Muitos de vocês, leitores do JC e mirandenses não me conhecem, ou me conheceram quando criança/adolescente mas acredito que a grande maioria realmente não faz ideia de quem sou. Mas isso não faz diferença. Já contribuí e contribuo com a redação do Jornal da Cidade, e hoje sinto a necessidade de falar com vocês em primeira pessoa, por acreditar que muitos podem sentir o mesmo que eu.
Não nasci em Miranda, mas cresci aqui, não só de estatura, mas como ser humano. Eu fui gerada aqui, educada, amada. Aqui eu renasci e sei que ainda renascerei inúmeras vezes.
De 1956 a 1968, minha avó materna Nilza Maia morou em Miranda e estudou no Colégio Nossa Senhora do Carmo, onde eu também pude estudar dos 6 aos 15 anos.
Por volta de 1970, meu avô paterno Irineu chegou por aqui, vindo de Bauru/SP e, infelizmente não tive tempo e curiosidade de lhe perguntar enquanto era vivo como ele chegou até Miranda, como ficou sabendo da existência da cidade e o que lhe motivou a vir para cá, mas acredito piamente que ele tinha uma visão diferenciada de todas as coisas, e certamente enxergou aqui um futuro.
Um tempinho depois, minha avó paterna Gessy, chegou com meu pai e minhas tias.
Alguns anos mais tarde minha mãe veio passar suas férias escolares na casa de seu tio e, conheceu minhas tias paternas que eram amigas de suas primas e consequentemente conheceu meu pai. Nunca mais se separaram.
Minha mãe é apaixonada por Miranda, e há mais de 20 anos se dedica à Escola Estadual mais antiga da cidade. Muitos devem conhecer a coordenadora do Caetano, Lu Ferrari.
Apesar de não possuir nenhum estudo, meu avô, popularmente conhecido como Ferrari, fundou o primeiro jornal de Miranda, teve livraria, loja que vendia frios e embutidos e outras coisas que não se encontrava com facilidade por aqui, pizzaria, gráfica. Meu vô Ferrari fez parte da construção do Clube Social, do coreto da praça, da política, imprensa e muitos outros acontecimentos marcantes e que fizeram de Miranda o que ela é hoje.
Até hoje, passados 45 anos, o Jornal da Cidade é o único jornal impresso mirandense e não consigo imaginar como seria se meu avô não tivesse ficado aqui.
Minha avó Gessy, com seus 85 anos me lembra em várias oportunidades o quanto foi e ainda é muito feliz em Miranda. O quanto ela ama essa cidade e sente que precisava realmente ter chegado até aqui.
Eu poderia escrever um jornal inteiro, 14 ou 16 páginas falando só da minha família e de tantas outras que fazem parte da história de Miranda e do quanto me orgulho disso, mas o ponto em que quero chegar é o quanto essa pequena cidade acolhe, transforma, oferece oportunidades. O quanto Miranda faz falta. O quanto Miranda muda e transforma vidas. O quanto Miranda impulsiona. O quanto é admirável e maravilhosa.
Assim como minha família, sei de muitas pessoas que não nasceram em Miranda, mas aqui encontraram seu porto seguro, pessoas que vieram a trabalho para passar 1 ou 2 anos e daqui não quiseram mais sair. Pessoas que cresceram aqui e voltaram para criar seus filhos, para criar oportunidades e sei que encontraram o que buscavam.
Como eu disse no início, não sou mirandense de nascença, mas sou de coração e tenho o maior orgulho de falar “sou de Miranda” em qualquer oportunidade.
Minha eterna gratidão e admiração por Miranda. Feliz 245 anos, terra querida.
Aproveitando a deixa (pai, não me mata), o que vocês leitores acham de uma coluna contando um pouco da história de Miranda através das fotos e edições antigas do acervo de 45 anos do JC? Com algumas entrevistas e depoimentos, relatos de quem viveu e fez história, topam? Se sim, eu tô dentro!
Ah, e como boa mirandense sei que muitos vão pensar que escrevi aqui para autopromoção, com algum interesse político. Mas podem ficar tranquilos, isso aqui é só meu sangue e minha herança genética pulsando nas veias e no meu coração.
Até uma próxima, quem sabe.

Caroline Maia Nantes Ferrari

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