Lá se vão vários e vários anos em que empresários e políticos tentam instalar uma unidade frigorífica em Miranda. Para a população, um sonho de melhores dias, principalmente considerado o número de empregos gerados em uma planta frigorífica desse porte, cerca de 300 empregos diretos.
Voltando um pouco ao passados, lembrando que há décadas o pecuarista e empresário, saudoso Ibrahim Miranda Cortada, doou uma área para instalação do frigorífico em Miranda. As tratativas não progrediram e a área doada, incialmente invadida, acabou se transformando no hoje bairro Maria do Rosário. Mais tarde, na administração do ex-prefeito João Pedro Pedrossian, chegou-se a fazer o lançamento da pedra fundamental de um frigorífico em Agachi, que também se perdeu no tempo.
Só lembrando que o Município e o Estado está fazendo sua parte, inclusive com a destinação de área devidamente estruturada para o empreendimento, mas infelizmente o sonho se arrasta.
Em 2022, por ocasião das comemorações do aniversário da cidade, novamente se tratou do assunto, que seria uma parceria entre Prefeitura (doação e adequação da área), Governo do Estado (concessão de benefícios fiscais), Centerboi (empresa frigorífica de Anastácio) e FCO (financiamento de 17 milhões). Na ocasião, informou-se que a indústria entraria em funcionamento em dois anos. Sendo que faltavam 11 meses para a data fixada. Apesar das obras de terraplagem já terem sido executadas pela administração municipal, constatamos que “está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.
Na verdade, não é tarefa fácil a instalação de um frigorífico de pequeno – ou médio – porte diante da acirrada concorrência de grandes empresas do setor, que monopolizam o comercio, abate e exportação de carne. Entre essas empresas, estão a JBS, proprietária das marcas Swift, Seara, Friboi, Gourmet, Maturatta, Rezende, Delicia, Doriana, Seara, Bordon, entre outras.
Outra grande empresa do setor é o Marfrig, com abate de mais de 30 mil cabeças dia, tendo sob seu controle as marcas: Bassi, Montana, Pampeano, Viva, etc. Por sua vez, a BRF Foods é dona das marcas: Sadia, Perdigão, Perdix, Qualy, etc.
Uma prática comum das grandes empresas é “estrangular” as pequenas, por meio da compra ou mesmo do arrendamento. Muitas vezes, ao assumirem o controle de pequenos frigoríficos, os grandes simplesmente paralisam seu funcionamento, deslocando sua produção para as praças onde já estão instalados.
Consta que recentemente foi prorrogado o prazo para a implantação e instalação do tão sonhado frigorífico.
Mesmo com esses atrasos a luta não deve parar. Empresários e políticos devem continuar se mexendo no sentido de transformar em realidade o sonho acalentado há décadas pela população. Todos unidos em torno de um mesmo objetivo.
PARA SABER MAIS
O que dizia a Lei sancionada pelo ex-prefeito Edson Moraes
A da Lei n.º 1435 de 11 de dezembro de 2019, devidamente sancionada pelo ex-prefeito Edson Moraes, o Executivo Municipal foi autorizado a fazer a doação de 10 (dez) hectares de terras de sua propriedade, para a empresa Center Boi Comércio e Distribuição de Carnes Ltda., da cidade de Anastácio, sendo que a referida doação destina-se a construção de um frigorífico, ficando estabelecido que o início das obras deve ocorrer no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, e o início de funcionamento das atividades do frigorífico no prazo de 01 (um) ano, e a conclusão no prazo de 02 (dois) anos, caso contrário a doação se torna sem efeito e o terreno retorno posse do município.
A lei estabelece, de forma mais específica, que após um ano do início das obras, a empresa deve concluir pelo menos 60% (sessenta por cento) da obra, e iniciar os trabalhos de abate com uma capacidade aproximada de 150 (cento e cinquenta) a 200 (duzentas) cabeças dia.
Vamos continuar acompanhando o desenrolar dos fatos de um sonho que é de todos os mirandenses e produtores de nossa região.
- qui, 21 novembro 2024
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