Comunidade e Democracia: Aldeia Moreira elege novo cacique por voto direto

Por Cristedi Produções – Colaborador do Jornal da Cidade

No último domingo, 18 de maio, a comunidade indígena da Aldeia Moreira, localizada próxima à zona urbana e pertencente à Terra Indígena Pílad Rebuá, vivenciou um importante exercício de cidadania e democracia direta. Por meio de votação popular, os moradores da aldeia elegeram seu novo cacique e vice-cacique, reafirmando o protagonismo da comunidade na escolha de seus próprios representantes.

Com 259 votos válidos, o Técnico de Enfermagem Tarciso Vieira foi eleito como novo cacique da Aldeia Moreira, tendo como vice o líder comunitário Marcelo Pereira. O processo eleitoral foi organizado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), através de sua unidade em Miranda, sob a responsabilidade do chefe Anildo Júlio. A votação ocorreu das 7h às 16h na quadra de esportes da comunidade.

Após o encerramento da votação, a apuração dos votos foi concluída ainda no fim da tarde. O resultado oficial, divulgado pela FUNAI, foi:

  • Tarciso Vieira – 259 votos
  • Vanderlei Farias – 206 votos
  • Ediberto Antônio – 91 votos

Ao todo, 556 membros da comunidade compareceram às urnas, todos moradores da própria aldeia, demonstrando o compromisso e a consciência da população sobre a importância de participar ativamente dos rumos de sua liderança.

A vitória de Tarciso representa uma renovação política na comunidade, vencendo o atual cacique Vanderlei Farias, que buscava a reeleição. A posse do novo cacique será anunciada nos próximos dias, após a conclusão do processo de transição entre a gestão atual e a entrante.

A eleição direta de lideranças indígenas reforça não apenas o respeito aos costumes e à autonomia dos povos originários, como também fortalece a democracia nas comunidades tradicionais. A escolha por meio do voto garante legitimidade ao novo líder e reafirma o poder da coletividade na construção de seu próprio destino.

Essa experiência democrática, conduzida de forma organizada e pacífica, é um exemplo de cidadania plena, onde a tradição se alia ao direito coletivo de escolha, valorizando a escuta, o diálogo e a representatividade.

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