Ao longo de quase cinco décadas ela foi presença determinante em nossos corredores, em nossas pautas, em nossas decisões, em nossas páginas. Em nossas vidas. Se há 46 anos contamos as histórias que construíram este período contemporâneo da sociedade mirandense, guardando em nossas páginas as memórias que fazem sermos quem somos hoje, se cumprimos tão arduamente este papel ao longo desses anos, tudo foi, sem dúvida alguma, pelas mãos dela: nossa fundadora, Gessy Bonetti Ferrari. Ela esteve ao lado do também já saudoso Irineu Ferrari no empreendimento de abrir um jornal, numa cidade do interior em que eles eram recém-chegados. Uma força empreendedora rara nos tempos de hoje.
Até o último dia de sua honrada e gloriosa vida, dona Gessy dedicou seu trabalho ao Jornal da Cidade. Revisava nossos textos. Ajudava na gráfica. Aqui na redação e em casa, ativa, presente. Como queremos nos lembrar dela. Uma mãe zelosa, deu conta de conduzir até aqui os filhos, netos, a quem deixa um vazio gigantesco. Nos dói na carne escrevermos este texto que não vamos chamar de texto de despedida. Pois dona Gessy vive em cada um de nós que, assim como ela por toda sua vida, vamos seguir enfrentando os poderosos, em busca de manter de pé o mais antigo e relevante veículo de comunicação de nossa cidade. Vamos nos lembrar da vivacidade de seus olhos e das mensagens doces que ela reservava aos amigos.
A imprensa de Mato Grosso do Sul perde uma de suas pioneiras. Que deixa um legado de dedicação, trabalho e, acima de tudo, força, sem os quais, não seria possível empreender no jornalismo no interior deste estado.
Como dissemos, não se trata de um texto de despedida. Mas de reafirmar que dona Gessy segue viva por seu legado, sua história e sua capacidade incontestável de amar.
- qua, 20 novembro 2024
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