Foi como pólvora. Rapidamente o print de uma tela do portal da transparência da Prefeitura viralizou: tanto que a imagem vinha com a marcação do Whatsapp: “encaminhada com frequência”. Nas redes sociais, não demorou a surgirem postagens questionando o teor do print. O conteúdo? Valores de salários de servidores públicos, que chamaram a atenção: mais de R$ 25 mil em um dos casos. Deu-se o quadro: burburinho, disse-me-disse, fofoca potencializada pela rapidez e penetração das redes sociais e pronto. Bastava isso para que as pessoas passassem a apontar os servidores de, supostamente, terem recebido valores indevidos.
Nossa reportagem requereu informações à Prefeitura sobre os tais “supersalários” que causaram indignação nas redes sociais.
Ocorre que não há ilegalidades nos pagamentos. Os valores, altos, se deram por se tratarem de pagamentos do mês de dezembro quando, para além dos salários, servidores receberam devidamente por férias vencidas e, no caso de servidores da educação, a remuneração por rescisões contratuais normais no fim do ano letivo. “Acontece que no Portal da Transparência os valores aparecem apenas em sua totalidade, mas no contracheque dos servidores há a discriminação de cada um dos itens que compõem o valor final”, explicou o secretário Municipal de Administração e Finanças, Badu Carlos, em entrevista ao Jornal da Cidade.
“Não são os salários normais dos servidores, mas a soma de direitos trabalhistas que receberam no final do ano. Não há ilegalidade, tanto, que os dados estão dispostos corretamente em nosso Portal da Transparência”, disse Badu.”Gestões passadas parcelavam este acerto, pagava em folha complementar”, completou o secretário de Administração de Miranda.
Esta reportagem teve acesso aos contracheques dos servidores envolvidos nas supostas denúncias que vieram à tona pelas redes sociais. Para resguardar o direito de privacidade dos servidores não publicaremos os documentos. Mas pudemos verificar que, de fato, os valores das remunerações pagas no mês de dezembro não são apenas dos salários normais dos servidores. Há pagamento de itens como férias indenizadas, férias proporcionais, entre outros, que compõem o resultado final. “Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos, inclusive judiciais se forem precisos”, finalizou o secretário de Administração e Finanças, Badu Carlos.
Não houve denuncias formais sobre o tema. No fim, pareceu mais confusão de rede social e a tentativa de espalhar fake news.