Pela primeira vez na história, os cerca de 200 professores indígenas, responsáveis pela educação de aproximadamente 1600 alunos das 5 escolas-polo das comunidades terena de Miranda, tiveram uma jornada pedagógica, um tempo antes de iniciarem as aulas para se prepararem para os desafios de receber os alunos para mais um ano letivo.
“O evento foi um espaço de diálogo sobre a educação escolar indígena com ênfase à questão da língua e da cultura”, explica a linguista Denise Silva, que preside o Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural) e é CEO (Chief Executive Officer, ou diretora-executiva, em tradução livre) da Bruaca, instituições responsáveis pela organização da temática da Jornada Pedagógica da Educação Escolar Indígena de Miranda 2025. A Jornada aconteceu na tarde do dia 12 de fevereiro. Entre os temas abordados esteve a implementação do referencial curricular no ensino da língua e da cultura indígenas. Antes, cada professor ensinava à sua maneira, sem haver uma padronização. “Ficava meio caótico para os alunos. Agora, eles seguirão parâmetros, que vão balizando o ensino a cada série e estes parâmetros foram construídos sob a nossa coordenação, com o protagonismo dos próprios professores indígenas”, explicou Denise Silva. “Assim, o próximo passo será investir na construção de um material didático próprio”, finaliza a pesquisadora.